(por Alexandre Pelegi) retirado no site www.primeiroprograma.com.br
Todo Natal eu ouço falar em “espírito natalino”. A princípio pensei tratar-se de algo vinculado ao nascimento do Cristo, símbolo maior da religiosidade cristã. Cristo que simboliza caridade, desprendimento, perdão, amor. Mas o que vejo nas ruas está longe disso.
Cheguei a acreditar que o espírito natalino fosse algo palpável, tão palpável que pudesse ser medido por alguma grandeza física: em decibéis – quem faz mais barulho musical; ou em kilowatts – quem instala mais luzes em enfeites gigantescos e monumentais. Como reparei que as pessoas só conseguem entrar no tal espírito se forem instadas a isso, é que comecei a pensar seriamente na importância dos enfeites, das luzes, das músicas, das ofertas comerciais...
Mas eu acreditei haver descoberto finalmente o tal espírito natalino quando reparei em como as pessoas se agarravam às suas bolsas quando uma criança de rua se aproximava. Comecei então a acreditar que o famigerado espírito era algo que se carregava a tiracolo, bem guardado e protegido de mãos alheias mal intencionadas... Mas por que não guardá-lo no coração? Seria o coração pequenino demais para tal função?
Nas lojas da cidade presenciei enfim a manifestação do tal espírito de Natal ao ver as pessoas se estapeando na busca de presentes, se acotovelando em ruas estreitas, arrastando crianças aos berros... Esse sentimento, pensei, deve ser algo muito importante para os humanos, que para obtê-lo lançam mão de oferendas, disputam entre o si o privilégio de possui-lo...
Custo a acreditar que tudo isso seja verdade. Como o Natal já está aí, sugiro a quem ainda não sabe o significado do tal "espírito natalino" que faça como eu, e tente descobrir diretamente com o aniversariante...